O 38º Congresso Brasileiro de Nematologia (CBN), em Cuiabá-MT, chegou ao seu penúltimo dia de programação, com destaque para palestras voltadas às pesquisas sobre um dos nematoides mais novos descobertos no país, que incidem em diversas culturas, como na soja e algodão, o Aphelenchoides besseyi. As congressistas, Dra. Andressa Machado (Agronema) e a Dra. Luciany Favoreto (Embrapa), fecharam o dia com o tema “Aspectos fisiológicos de Aphelenchoides sobre as plantas cultivadas”. 

Neste tema, a pós-doutora em Aphelenchoides besseyi, Dra. Luciany Favoreto, explica que o  nematóide foi descoberto no final de 2015, e desde então a comunidade de pesquisadores trabalha no estudo desde nematoide. “O objetivo é entender o ciclo infectivo dele nas grandes culturas, desde de 2016, quando começamos a realizar este mapeamento só tem crescido a incidência deste nematoide na região Centro Oeste e no Mato Grosso, um fato que abordamos aqui no encontro. Outra missão é chegar ao controle, e a primeira coisa que nós precisamos entender era como ele iria se comportar na cultura, e depois de seis anos de estudos conseguimos entender agora, infectividade na planta da soja, assim nós vamos conseguir agora dar um melhor manejo deste nematoide na soja. A partir de agora nós vamos fazer junto com a Dra. Andressa, este estudo de infectividade no algodão, porque provavelmente vai ser um pouco diferente infectividade, e logicamente como este nematóide é de parte aérea ele também está mais de 90% na parte aérea da planta hospedeira, por exemplo, no algodão nós sabemos já que este nematoide a grande quantidade que encontramos no final do ciclo da cultura do algodão foi nos capulhos, e esse nematóide em soja quando ela começa a entrar em senescência, esse nematoide vai passar da inflorescência para folha, então existe uma diferença aí e essa diferença é muito importante sabermos mais sobre ela”, disse.  

A engenheira agrônoma, com pós-doutorado em Nematologia, presidente da Associação Brasileira de Nematologia, Dra. Andressa Machado, destacou a agressividade do Aphelenchoides besseyi e a problemática da haste verde na cultura do algodão. “No algodão temos uma situação diferente da soja, como comentou a Dra. Luciany, é um nematoide extremamente agressivo que causa mais de 80% de queda de produção em algumas situações, sendo um nematoide muito dependente das condições ambientais. Mostramos muito sobre isso em nossa apresentação, essa dependência de clima quase equatorial e amazônico, com muita umidade e temperatura elevada, onde acaba apresentando uma agressividade elevada nestas condições na cultura do algodão”, explicou.

A especialista explica que apenas aplicar o nematicida apenas no tratamento de sementes ou no sulco, pode controlar o Aphelenchoides besseyi mas não mata todo o nematoide e aquela pequena quantidade que sobra ainda é capaz de causar todo o sintomas de deformação, queda de produtividade, e desta forma, segundo Andressa Machado, é necessário a pulverização de produtos nematicidas, fungicidas ou inseticidas para atuar no controle do nematoide, e várias pulverizações o que acarreta no aumento do custo de produção . 

Durante esta quinta-feira (24), ocorre o 3º Workshop de Manejo de Nematóides no Cerrado que terá a participação automática de todos os congressistas do 38º CBN 2023 e também receberá inscrições específicas para este evento. O Workshop terá como principal objetivo a discussão do controle químico, biológico e cultural, bem como os problemas emergentes relacionados aos nematóides no cerrado.

O congresso é uma promoção e realização da Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN) e do Grupo Regional de Estudos em Nematoides (GREN-MT).  O 38ª CBN conta com o patrocínio da Bayer, Ballagro Agro Tecnologia, UPL, Lallemand, Syngenta, Ingal Agro Tecnologia, Koppert, Spraytech, Basf, Suminoto Chemichal, Corteva Agriscience, Ihara, Omex, Amvac do Brasil, Bioma, Simbiose, APROSMAT, Carbom Brasil. E o apoio da Safrar Análises Agrícolas, e no espaço Startups com a Zagros, Agricamp, On Farming e MS BIO Science.

Foto: Shirle Brito